04 agosto 2016

Tudo sobre as OLIMPÍADAS







As Origens

A origem das Olimpíadas data de há aproximadamente dois mil e quinhentos anos. Pouco se sabe sobre seu começo, envolto na aura de lenda que sempre cerca os grandes acontecimentos ou façanhas de seus heróis. A mais famosa tem Hércules como personagem principal. Hércules foi um dos heróis da mitologia grega, cujo deus supremo, Zeus, era justamente seu pai. Sendo seu filho, ele nasceu com muita força e muitos poderes. Hércules, num acesso de loucura, acabou por assassinar sua própria esposa e seus filhos. Para expiar seus pecados, o herói foi obrigado a executar 12 trabalhos tidos como impossíveis. Depois de muitas aventuras o herói conseguiu concluir todas as suas tarefas, e insatisfeito com as recompensas que recebera, resolveu criar os Jogos Olímpicos para homenagear Zeus e a si mesmo.

Outro belíssimo mito que nos fala das razões para que os Jogos Olímpicos ocorressem é o mito de Apolo e Dafne. Apolo, o orgulhoso e pomposo deus do sol, certa vez estava treinando o arco com suas flechas douradas que simbolizam os raios solares. Por ali perto passava Eros, o deus do amor, trazendo também

seu arco e suas flechas. Apolo, muito arrogante, disse a Eros que o melhor seria qu Eros desistisse de usar o arco, pois todos sabiam que o melhor arqueiro do Olimpo era ele mesmo: o próprio Apolo. Bastante chateado com a provocação, Eros nem se deu ao trabalho de responder, mas subiu até o alto de uma colina e de lá mirou bem o corção de Apolo, flechando-o com uma flechas da paixão. Como passava ao largo uma bela ninfa chamada Dafne, Apolo por ela imediatamente se apaixonou. Porém, o ardiloso Eros tomou o cuidado de flechar o coração de Dafne com a flecha da indiferença. Apolo, vendo-se então rejeitado pela ninfa, passou a persegui-la por toda a Grécia. Cansada e desesperada com tamanho assédio, Dafne pede à deusa da Justiça para que pusesse um fim ao seu suplício. Penalizada, a Justiça transformou Dafne em uma bela árvore: o loureiro (“dafne” em grego significa “loureiro”). Vendo sua amada irremediavelmente afastada de sua paixão, o grande Apolo sentou-se à sombra do loureiro e chorou, curvando-se ao poder do amor. Mais tarde, Apolo colheu algumas folhas de louro e faz para si uma coroa trançada para levar sempre consigo uma lembrança de Dafne. Ainda ordenou aos mortais que naquele local, ao redor do loureiro, fossem realizados, a cada quatro anos, jogos desportivos em honra de Dafne, como era costume que se fizesse na Grécia Antiga para celebrar os mortos. Aquele local era a cidade de Olímpia e os jogos a Dafne ficaram conhecidos como Olimpíadas. Os maiores heróis da Grécia antiga sempre rumaram para Olímpia a fim de testar suas habilidades esportivas e competir. Aos vencedores era oferecida uma coroa de louros, os louros da vitória, como símbolo do reconhecimento do deus Apolo.


A História

Existem indícios de que, durante muito tempo, os Jogos Olímpicos deixaram de ser disputados. Conta-se que, no ano 884 a.C., algo muito grave ocorreu na região grega de Élida: uma peste assolou toda a área. Desesperado com o que estava acontecendo, o rei Ífito foi consultar a sacerdotisa Pítia e foi nesse ponto que a lenda novamente se confundiu com a história: os deuses só fariam cessar a peste se voltassem os Jogos Olímpicos. Assim, os jogos retornaram e passaram a ser realizados regularmente, de quatro em quatro anos. Oficialmente, porém, as provas se contaram a partir de 776 a.C., quando se iniciou o registro dos nomes dos campeões.

Quando se fala em Jogos Olímpicos, é preciso deixar claro que as competições atuais, com o mesmo nome e realizadas a cada quatro anos, guardam determinadas semelhanças e diferentes com os eventos gregos de 2.500 anos antes. No primeiro caso, pelo sistema grego de divisão de tempo, o espaço no calendário entre os jogos era de quatro anos. Este método de contar o tempo tornou-se comum por volta de 300 a.C. Todos os eventos eram datados a partir de 776 a.C., o início da primeira olimpíada conhecida. Por volta de 775 a.C., os reis de Pisa, Esparta e Ilía firmaram um tratado de paz (o Ekeheiria). Esse acordo foi consagrado meses depois em Olímpia, quando se reuniram os principais atletas dos três feudos. Num disco de pedra, foram inscritas as regras básicas desse acordo, com a assinatura dos três reis. E é nessa pedra que é encontrada a frase: “Jogos Olímpicos de Ekeheiria”. A partir desta data, os demais feudos começaram a organizar atividades internas, para selecionar seus melhores atletas. Em 724 a. C., foi programado então, além da corrida a pé, uma prova em dois estádios, ou seja, duas voltas na pista. Mais tarde, foi organizada uma prova de resistência, com 24 voltas. Em 708 a. C, o Pentatlo era disputado, consistindo de uma corrida de velocidade, duas disputas de arremesso de dardo e disco, salto em distância e uma luta. Em seguida, esses jogos começaram a atrair atletas de outras colônias da Grécia, da África e das costas do mar Mediterrâneo. Foi quando os jogos passaram a contar com um programa e conceitos rigorosos.




Assim, eles passaram a ter uma cerimônia de abertura, com o juramento dos atletas sobre o sangue do sacrifício de animais. No segundo dia, eram disputados o Pentatlo, as corridas de charretes de quatro rodas (puxadas por dois ou quatro cavalos). No terceiro dia, era a vez das corridas. No quatro, as lutas livres ou com punho. No quinto, a distribuição dos prêmios durante um banquete.

Inicialmente, as competições eram estritamente masculinas, mas acabou-se permitindo que as mulheres passassem a organizar um torneio paralelo, chamado de Heraea, na metade de cada intervalo de quatro anos. A primeira participação das mulheres em competições ocorreu em 750 a. C., durante uma festa de casamento. Seis anos depois, essas mulheres conseguiram autorização para participação integral nos jogos. Como a participação nos jogos era considerada uma homenagem monumental, só podiam se inscrever nas provas atletas de passado limpo e de caráter inabalado. Os escravos e aqueles que tinham uma "marca" negativa em seu currículo eram impedidos de participar das competições. Os prêmios para os vencedores eram uma folha de palmeira e uma coroa de ramos trançados de oliveira: os famosos louros da vitória.

Em 456 a. C., Roma invadiu a Grécia, que perdeu sua independência, mas os romanos procuraram manter viva a tradição dos jogos e passaram a estimular seus jovens a desafiarem os helênicos.  Foi quando os Jogos da Paz acabaram se transformando em jogos da discórdia e da corrupção. Para superar os helênicos, Roma profissionalizou seus atletas e, quando estes não conseguiam vencer os gregos nas disputas, procuravam subornar seus adversários. A influência do dinheiro aumentou então a ira entre invasores e dominados. Em 17 a.C. o imperador Tibério e seu sobrinho Germânicus não pouparam esforços (inclusive a sedução) para vencerem a quadriga dupla. Em 67 a.C., o louco imperador Nero ganhou o prêmio da quadriga, depois de ter ameaçado seus adversários. Ele ainda exigiu ganhar o prêmio de poesia. Com isso, os jogos perderam todo o conceito que tinham de ética e moral.

No século 6, um terremoto arrasou parte de Olímpia e seu estádio. Depois, uma avalanche, seguida de inundação, atolou as ruínas embaixo de seis metros de terra e pedras. Por muitos anos, Olímpia ficou esquecida.

As Olimpíadas Modernas



Em 23 de junho de 1894, foi criado em Paris o COI (Comitê Olímpico Internacional). Seu objetivo: reviver as competições da Antigüidade. O principal fator deste renascimento foram as escavações, em 1852, das ruínas do templo de Olímpia onde aconteciam os Jogos nos tempos ancestrais. A redescoberta da história das olimpíadas provocou um renascimento dos valores esportivos do gregos antigos. A iniciativa partira do historiador francês Charles Louis de Feddy, Barão Pierre de Coubertin. Dois anos depois, 295 atletas de 13 nações disputavam em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. Tratava-se de uma mistura de amadores, esportistas de segunda categoria e equipes improvisadas - sem mulheres. Inicialmente, os Jogos Olímpicos da Era Moderna não foram levados a sério pelas entidades esportivas nacionais. Mas os jogos seguintes, em Paris e, sobretudo os de Londres, em 1908, ajudaram a consolidar a competição. A competição havia sido idealizada anos antes, mas foi necessário transpor uma série de obstáculos.

Coubertin por pensar numa medição de força corporal no estilo da Olimpíada grega, ele era ridicularizado e, na maioria da vezes, ignorado. O jovem barão era um patriota profundamente preocupado com a situação de sua "grande nação". Na sua opinião, a França, no final do século 19, estava enfraquecida pelas constantes trocas de governo e derrotas militares. Seu objetivo, portanto, era "arrancar os jovens indolentes dos botecos e torná-los pessoas de caráter e fisicamente em forma". Ele almejava um equilíbrio entre treino corporal e formação intelectual. Para concretizar suas idéias, o Barão de Coubertin criou um Comitê de Propagação dos Exercícios Físicos na Educação. Ele procurou patrocinadores, sob o argumento de que o futuro da França estava em jogo. Para o historiador, o cenário ideal para incentivar o fisiculturismo seria uma competição à moda dos Jogos Olímpicos, que já não eram mais realizados há 1500 anos. Longe dos nacionalismos mesquinhos, os povos deveriam participar de uma competição pacífica, como na Grécia Antiga. É daí que vem a máxima "o importante é competir", ou seja, o importante é que países que se odeiam, raças que se discriminam, aceitem os mesmos critérios de excelência física, de rivalidade corporal. A Bandeira Olímpica, desenhada pelo Barão de Coubertin em 1913, com os cinco círculos coloridos entrelaçados, simboliza os cinco continentes em uma harmonia global: o azul representa a Europa, o amarelo Ásia, o preto a África, o verde a América e o vermelho a Oceania. O fundo branco, bem como o símbolo da pomba, representam a paz.

O poder do esporte e, principalmente, das Olimpíadas foi logo reconhecido pelos nazistas. Os Jogos de 1936, em Berlim, transformaram-se em instrumento de propaganda. Nos anos seguintes, passaram a ser meio de pressão política. Hoje o espetáculo conserva apenas tênues lembranças da filosofia olímpica original, de confraternização entre os povos. Em 1896, pensou-se que guerras, conflitos, rivalidades e uso da violência seriam deixados de lado durante as Olimpíadas. Imaginava-se que, durante a competição, reinariam o entendimento, a cooperação, o conhecimento mútuo e a solidariedade. Justo ao contrário do imaginado, foram os Jogos Olímpicos que foram cancelados por 3 vezes, devido aos acontecimentos da Primeira e da Segunda Grandes Guerras. Igualmente lastimável e anti-olímpica foi a iniciativa dos Estados Unidos de boicotar os Jogos de Moscou em 1980.

O mercantilismo, como sempre, tomou conta dos Jogos Olímpicos, que se tornaram um negócio multimilionário: a publicidade dos acessórios esportivos transformam os atletas em homens-sanduíche, cobertos por anúncios. O marketing associa, descaradamente, o consumo de certos produtos aos Jogos. O olimpismo era sinônimo de amadorismo, uma espécie de amor pelo esporte. Contudo, o profissionalismo dos competidores virou regra geral. As "fraudes" contra o amadorismo remontam aos tempos da Guerra Fria. No bloco soviético, os atletas eram funcionários do Estado. Do lado americano, o atleta recebia uma bolsa de uma universidade qualquer e também se dedicava integralmente ao esporte. O idealismo e a pureza que o Barão de Coubertin desejava imprimir à competição, no mesmo espírito da Olimpíada grega que, além do caráter competitivo, possuía também um significado religioso, mas a ideia morreu ao longo dos anos.

Oficialmente a partir de 5 de Agosto de 2016 estão abertos os 31º Jogos Olímpicos da Era Moderna no Rio de Janeiro, Brasil. Os próximos Jogos Olímpicos ocorrerão em Tóquio, Japão, em 2020. Os Jogos Paralímpicos envolvendo pessoas com deficiência, incluem atletas com deficiências físicas (de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral), além de deficientes mentais. Realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, têm sua origem em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para deficientes físicos, como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial. Atualmente ocorrem em seguida aos Jogos Olímpicos e sua 15ª edição terá início em 7 de Setembro, no Rio de Janeiro, Brasil. Os Jogos Olímpicos de inverno são também disputados a cada quatro anos desde 1924 e os próximos a se realizarem, serão os 23º Jogos Olímpicos de inverno em Pyeongchang, Coréia do Sul, em 2018. As Paralimpíadas de Inverno de 2018 serão celebradas no mesmo local.